domingo, 26 de outubro de 2008

DOMINGO 26-10-2008 CRITICA CONSTRUTIVA

o
Irmãos e amigos que acessam este blog, tenho uma crítica a fazer. Estamos nas vespera de uma grande transmissão de um programa de tele vissão, para angariar almas para o reino de Deus .( MINHA ESPERANÇA BRASIL).

vissão minha :Todas as igrejas que estão participando deste trabalho, deveriam dar enfase durante os cultos a esté grande trabalho,mais o que estamos vendo e um desinteresse grande com está obra.

mais a inda temos tempo para reparar esté erro, vamos dar enfasse durante todos os culto ou trabalhos realizados nas igrejas.........


QUEM TRABALHA COM MARKETING. SABE MUITO BÉM O QUE EU ESTOU FALANDO.....

sábado, 25 de outubro de 2008

ATENÇÃO COM AS CRIANÇAS NA ESCOLA DOMINICAL ( FUTURO DA NOSSAS IGREJAS ) 25-10-2008


Queridos vejo que o futuro das nossas igrejas estão sendo um pouco despresadas, a cerca do ensino com os mesmos, porque elas merecem, que nós levemos a elas uma forma de aprendizagem mais dinâmica .

para que elas possam ter mais atenção naquilo que deve aprender, não passando um tempo com elas na escola ,mais fazendo-as aprender de verdade, como atualização ,e recurços que dispomos para o melhor da obra de Deus ......

Lição 04 - O Deus da Redenção SABADO 25-10-2008 COMENTÁRIO CPAD



Leitura Bíblica em Classe2 Co 5.14, 15, 17-21

Conclusão:
Autor deste comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima (Comentarista do 4º trimestre de 2008 de Jovens e Adultos)

Título deste subsídio: O Deus da Redenção Humana
Palavras-chaves: Expiação; Propiciação; Redenção; Reconcialiação

E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação (2 Co 5.18,19).

Deus previu, em seu plano maravilhoso para o planeta Terra, uma vida gloriosa, em todos os aspectos imagináveis. Na vida espiritual, emocional, física, social e de toda a ordem. No entanto, a tragédia do pecado prejudicou o ser humano que, de modo insensato, usando o livre-arbítrio, concedido por Deus, preferiu ouvir a voz do Adversário do Senhor Deus e de si mesmo. Diz a Bíblia: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram. Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir” (Rm 5.12-14).

O pecado que é a desobediência a Deus, em qualquer aspecto, entrou no mundo por Adão, por sugestão de sua mulher que teve a infelicidade de ter sido a primeira a ser contatada pelo tentador. Ali, no Éden, teve início a tragédia espiritual da humanidade. “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). Com o pecado, que passou a todos os homens, ninguém nasce, isento da marca da tragédia espiritual. Ainda que a criança não tenha culpa pessoal, é atingida pelo pecado original. Mas no próprio teatro da Queda, Deus prometeu a redenção da humanidade, por intermédio da “semente da mulher” (e não do homem), que é Cristo Jesus (Gn 3.15).

Satanás atingiu o ser criado à imagem de Deus e talvez pensou que Deus estaria derrotado. Mas ao encarnar-se no ventre de Maria, Jesus, o Deus Filho, dava início ao maravilhoso plano da redenção do homem. A Lei foi um elemento provisório, dada a Moisés, mas não teve eficácia salvífica. “Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 3.20). Porém, em Cristo, Deus propiciou a redenção: “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo”
(1 Co 15.22). “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gl 4.4,5).

I – CONCEITOS CORRELATOS
Os termos considerados a seguir são todos relacionados com a obra salvífica de Cristo Jesus. No Antigo Testamento eram usados de modo típico, ou profético, apontando para o sacrifício de Cristo na cruz, com o propósito de redimir o homem. No Novo Testamento, vê-se o cumprimento de todo o significado dos termos que apontam para a salvação no Senhor Jesus.

1. PROPICIAÇÃO
É a expressão da misericórdia de Deus para com o homem pecador. Deus torna-se propício ao pecador, quando este aceita o sacrifício de Cristo, em seu lugar (Rm 3.23,25). O publicano pediu a Deus que lhe fosse propício, ou tivesse misericórdia dele (Lc 18.13). Às vezes, os termos correlatos parecem sinônimos, dependendo da interpretação. Diz Horton:
Os termos “propiciação” e “expiação” relacionam-se estritamente com o conceito de sacrifício e procuram informar o efeito do sacrifício de Cristo. No Antigo Testamento, refletem kipper e seus derivados; no Novo, hilaskomai e seus derivados. Os dois grupos de palavras significam “aplacar”, “pacificar” ou “conciliar” (isto é, propiciar) e “encobrir com um preço” ou “fazer expiação por” (a fim de remover pecado ou ofensa da presença de alguém: expiar).1
2. REDENÇÃO
No sentido etimológico, redenção significa: “Livramento de alguma forma de escravidão com base no pagamento de um preço por um redentor. Redenção é um conceito básico para a visão bíblica da salvação”.2 Uma pessoa podia pagar o preço (resgate) para libertar um escravo (Lv 25.48). No grego, temos a palavra lutrõsis, com o sentido de libertação física, como ocorreu com a nação israelita: “Redenção enviou ao seu povo; ordenou o seu concerto para sempre; santo e tremendo é o seu nome” (Sl 111.9 ); “Assim, o Senhor salvou Israel naquele dia da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar” (Êx 14.30); neste texto, o termo hebraico é yasha`, e tem o sentido de salvação, ocorrendo 354 vezes no Antigo Testamento.
3. RECONCILIAÇÃO
Diferente do que ocorre com os outros termos, que têm mais conotação bíblica ou teológica, “reconciliação” é bastante conhecido na linguagem comum: “Ato ou efeito de reconciliar(-se). Reatamento de amizade” (Dicionário Aurélio). Aponta, biblicamente, para o efeito do sacrifício de Cristo, interpondo-se entre o pecador e Deus, visando reatar o relacionamento rompido por causa do pecado. Pelo seu sacrifício na cruz, Jesus removeu toda a barreira, que impedia a aproximação do homem com Deus. É um termo bem próximo de propiciação. Diz a Bíblia: “A vós também, que noutro tempo éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora, contudo, vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para, perante ele, vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis” (Cl 1.21,22).

4. EXPIAÇÃO
“A palavra ‘expiação’ (hb. kippurim, derivado de kaphar, que significa ‘cobrir’) comunica a idéia de cobrir o pecado mediante um ‘resgate’, de modo que haja uma reparação ou restituição adequada pelo delito cometido” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD). A palavra expiação tem origem nos termos latinos ex (completamente) piare (aplacar). Destes termos, deriva a palavra expiationem, que significa “Cancelamento pleno do pecado com base na justiça de Cristo, propiciando ao pecador arrependido a restauração de sua comunhão com Deus”.3 A expiação tem um sentido mais forte do que o da propiciação, pois não apenas abranda a ira de Deus. Pela morte de Cristo, a culpa é cancelada, ou expiada. Na redenção, há sempre a idéia de libertação pelo pagamento de um preço; na expiação tem-se o resgate com o cancelamento do pecado, e da pena dele decorrente.

Segundo Myer Pearlman:
A palavra expiação, no hebraico, significa literalmente cobrir, e é traduzida pelas seguintes palavras: fazer expiação, purificar, reconciliar, fazer reconciliação, pacificar, perdoar, ser misericordioso e adiar. A expiação, no original, inclui a idéia de cobrir, tanto os pecados (Sl 78.38; 79.9; Lv 5.18) como também o pecador (Lv 4.20). Expiar o pecado é ocultar o pecado da vista de Deus de modo que o pecador perca seu poder de provocar a ira divina.4
O pecado provocou o rompimento da relação entre Deus e o homem. Numa demonstração do seu amor e de sua misericórdia, Deus proveu “um meio de restauração por intermédio da morte de Cristo: a expiação, que cobre o pecado do ser humano”.5 Segundo Berkhof:
A doutrina da expiação aqui apresentada é a doutrina da satisfação ou substituição penal, que é a doutrina claramente ensinada pela Palavra de Deus [...] a expiação foi destinada a propiciar a Deus e reconciliá-lo com o pecador [...]. O sangue do sacrifício é interposto entre Deus e o pecador e, em vista da ira de Deus, é afastado. Tem pois o efeito de afastar do pecador a ira de Deus.6
Veremos, neste estudo, que a expiação, no Antigo Testamento, não tinha o alcance da expiação no Novo Testamento. No primeiro, vê-se o pecado sendo “coberto”. No segundo, vê-se o pecado sendo “tirado”. Essa é uma diferença teológica e bíblica fundamental.

II – A EXPIAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO

1. A EXPIAÇÃO TIPIFICADA

No Antigo Testamento, encontramos ensinamentos preciosos, que nos iluminam o entendimento quanto à doutrina da expiação. Isso porque a morte de Cristo nos recorda os sacrifícios oferecidos a Deus na Antiga Aliança. Aqueles sacrifícios eram verdadeiros tipos do sacrifício perfeito de Cristo. Eram atos rituais, de caráter profético, que apontavam para o sacrifício de Cristo, o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Todos aqueles cordeiros, bodes, ovelhas, vacas, pássaros, e outros animais, que foram sacrificados, no Antigo Testamento, eram figuras do sacrifício expiatório de Cristo em favor da humanidade, separada de Deus.

Diante da Queda do ser humano, Deus efetuou o primeiro ato expiatório, concretizado no mundo. “E fez o Senhor Deus a Adão e a sua mulher túnicas de peles e os vestiu” (Gn 3.21). Para vestir o casal pecante, Deus teve que imolar o animal inocente, derramando seu sangue pelo homem culpado. Mesmo que a Bíblia não se refira a esse ato como um sacrifício, na verdade o foi. Deus não aceitou a cobertura de folhas providenciada pelo casal. A vítima foi morta pelo culpado, para que ele pudesse contemplar a Deus. Aquele ato apontava para o sacrifício de Cristo, “a semente da mulher”, que haveria de esmagar a cabeça da serpente (cf. Gn 3.15).

2. O PECADO AGRAVADO COM A IDOLATRIA
Após a Queda, o homem espalhou-se pela Terra, mas levando no coração a idéia do Deus Único, Criador dos Céus e da Terra. Com o tempo, os homens distanciaram-se da verdadeira adoração, e, ao em vez de se voltarem para glorificar o Criador, inclinaram-se para adorar a criatura. Diz Pearlman:
Em lugar de virem a Deus, através dos corpos celestes, começaram a adorar esses corpos como deidades; em vez de verem o criador através das árvores e animais começaram a adorar esses como deuses; em vez de reconhecer que o homem foi feito à imagem de Deus, começaram a fazer um deus da imagem do homem.7
A idolatria foi a substituição do Deus verdadeiro pelos falsos deuses, fruto da imaginação do homem, induzidos por Satanás. Como resultado, veio a corrupção geral do gênero humano (Gn 6) rechaçada pelo Dilúvio mandado sobre a Terra, como juízo divino. Somente Noé e sua família escaparam.

3. A NATUREZA DOS SACRIFÍCIOS NO ANTIGO TESTAMENTO
Eles eram uma forma pela qual os hebreus ofereciam sua adoração a Deus. Os povos pagãos também ofereciam sacrifícios a seus deuses, sendo comum a idolatria no Egito, na Índia, na China, e no meio de outros povos. Os israelitas eram monoteístas. Só adoravam a Jeová, o Criador dos céus e da Terra.
Em princípio, os sacrifícios tinham o objetivo de levar o homem à comunhão com Deus; havendo impedimentos, os sacrifícios tinham o objetivo de remover esse impedimento. De acordo com a Bíblia de Estudo de Aplicação Pessoal8, havia cinco tipos de sacrifícios, conforme o quadro abaixo:

Oferta
Propósito
Significado
Cristo, o Perfeito Sacrifício
Holocausto (Lv 1 – voluntário)
Expiar os pecados em geral.

Mostrava devoção a Deus.

A morte de Jesus foi o perfeito sacrifício.

Oferta de manjares(Lv 2 – voluntário)
Demonstrar honra e respeito a Deus em adoração.

Reconhecia que todos pertencemos a Deus.

Cristo foi o homem perfeito, que se deu a si mesmo a Deus e aos outros.

Sacrifício pacífico(Lv 3 – voluntário)
Expressar gratidão a Deus.

Simbolizava paz e comunhão com Deus.

Cristo, o único caminho para se ter comunhão com Deus.
Oferta pelo pecado(Lv 4 – exigida)
Pagar pelo pecado cometido, involuntariamente, por ignorância, negligência ou imprudência.

Restabelecia a comunhão do pecador com Deus; mostrava a gravidade do pecado.

A morte de Cristo restaura o nosso relacionamento com Deus.
Oferta pela culpa(Lv 5 – exigida)
Pagar pelos pecados cometidos contra Deus e as outras pessoas. Um sacrifício era feito para Deus, e a pessoa prejudicada era restituída.
Provia compensações para as partes lesadas.
A morte de Cristo anula as conseqüências mortais do pecado.
Fonte: Bíblia de Estudo de Aplicação Pessoal (CPAD).
Como se pode ver no quadro, todos os sacrifícios, no Antigo Testamento, tiveram seu cumprimento em Cristo, o sacrifício perfeito. NEle, Deus levou os nossos pecados (2 Co 5.21). Ele foi a nossa oferta pela culpa (Is 53.10); Ele é o nosso holocausto pelo pecado (Hb 9.15; Ef 5.2); é também o nosso sacrifício de paz (Jo 6.53,56; ver Lv 7.15,20).

4. O ALCANCE DA EXPIAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO

a) Os sacrifícios “cobriam” o pecado
Segundo Chafer:
No que diz respeito às nossas versões, o uso do termo expiação está restrito ao Antigo Testamento. Embora haja uma tradução de duas palavras hebraicas, apenas uma delas, kãphar, está geralmente em vista e ela é usada cerca de setenta vezes. O seu significado é “cobrir”. Segundo esse autor, o termo usado para expiação no AT não deveria ser aplicado ao NT, visto que, na antiga aliança, “Deus perdoava e restaurava onde o pecado era somente coberto pelos sacrifícios de animais”, enquanto que, no NT, os pecados haveriam de ser tirados do homem. No AT, a base para a expiação era “somente típica e não real”. “Todos os pecados da lei mosaica foram mostrados como cobertos mas não tirados”.9
Diz, ainda, Chafer: “A palavra hebraica kãphar expressa com exatidão divina precisamente o que aconteceu do ponto de vista de Deus na transação. O pecado foi coberto, mas não ‘retirado’, pois aguardava a morte prevista de Cristo”.10
Enquanto isso, no Novo Testamento, o alcance é muito mais profundo e abrangente. Diz o escritor aos Hebreus:

porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados. E assim todo sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar pecados; mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus, daqui em diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés. Porque, com uma só oblação, aperfeiçoou para sempre os que são santificados (Hb 10.4, 11-14).

É interessante a observação de Myer Pearlman:
Quando um israelita esclarecido trazia oferta, estava ele cônscio de duas coisas: primeira, que o arrependimento em si não era o suficiente; era indispensável uma transação visível que indicasse o fato de ser removido o pecado (cf. Hb 9.22). Mas por outro lado, ele aprendia com os profetas que o ritual sem a correta disposição interna do coração também era mera formalidade sem valor. O ato de sacrifício devia ser a expressão externa dos sacrifícios internos de louvor, oração, justiça e obediência ¾ os sacrifícios do coração quebrantado e contrito.11
De fato, diz a Bíblia: “O sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor” (Pv 15.8). Até mesmo no Antigo Testamento, os atos externos só tinham valor diante de Deus, se correspondessem a um coração realmente quebrantado diante do Senhor (Ver Sl 26.6; 50.12-14; 51.16; Pv 21.3; Am 5.21-24).

b) Os sacrifícios no AT eram imperfeitos
Diz o escritor aos Hebreus: “porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados” (Hb 10.4). Tanto eram imperfeitos, que precisavam ser repetidos (Hb 10.1,2); pois os sacerdotes que os ofereciam eram homens imperfeitos:
Os antigos sumo-sacerdotes eram homens santos, mas falhos. Arão, irmão de Moisés teve grande honra, ao ser separado para o ofício de Sumo Sacerdote. Entretanto, ele teve grandes falhas, a ponto de levantar um bezerro de ouro, como se fosse Deus, levando o povo a pecar. Mas Cristo, nosso Sumo Sacerdote, é superior a Arão, não só porque não falhou em nada, mas porque cumpriu todo o plano da salvação em favor não só de Israel, mas de toda a humanidade.12
De fato, os sacerdotes do Antigo Testamento eram homens imperfeitos, que ofereciam sacrifícios imperfeitos.

5. A CERIMÔNIA DO DIA DA EXPIAÇÃO

a) O Dia mais Importante
Conforme estudo na Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD):
O capítulo 16 de Levítico descreve o Dia da Expiação, o dia santo mais importante do ano judaico. Nesse dia, o sumo sacerdote, vestia as vestes sagradas, e de início preparava-se mediante um banho cerimonial com água. Em seguida, antes do ato da expiação pelos pecados do povo, ele tinha de oferecer um novilho pelos seus próprios pecados.13
b) O “Bode do Sacrifício”
O sumo sacerdote tomava dois bodes. O primeiro era o bode do sacrifício. Este era sacrificado, e o seu sangue era levado ao Lugar Santo dos Santos, que ficava além do segundo véu, e era aspergido sobre a tampa da arca, o propiciatório (hb. Kapporeth 16.15). Esse ato tinha um significado espiritual de profundo valor. O sangue do animal sacrificado sobre a tampa da arca significava que a Lei, que houvera sido violada pelos israelitas estava coberta pelo sangue, com que se fazia expiação por toda a nação (Lv 16.15,16). Era um tipo do sacrifício de Cristo, morto em nosso lugar, para nos redimir de todos os pecados (Rm 3.24-26; Hb 9.11,12).

c) O “Bode da Expiação”
Em seguida, o sumo sacerdote tomava o bode vivo, colocava as mãos sobre sua cabeça, e confessava os pecados dos israelitas sobre ele, e o enviava ao deserto. O simbolismo desse ato aponta para Cristo, levando os nossos pecados (Is 53.6, 11,12; Jo 1.29; Hb 9.26). Há interpretações absurdas acerca do “bode da expiação”, inclusive considerando que o bode vivo representa Satanás, sobre quem os pecados seriam lançados. Tal idéia carece do menor fundamento bíblico. É semelhante a outra que ensina que Cristo deu seu sangue a Satanás, como resgate por nós. Na verdade, “Os dois bodes representam a expiação, o perdão, a reconciliação e a purificação consumados por Cristo”.14

III – A EXPIAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO

Dos termos relativos à obra da salvação, realizada por Deus, em Cristo, parece-nos que o mais incisivo, e significativo, é o da “expiação”. No Novo Testamento, significa o que ocorre, no plano espiritual, em que o pecado do homem é “tirado”, “cancelado”, e não apenas “coberto”, como no Antigo Testamento.

1. A NECESSIDADE DA EXPIAÇÃO
Por que haveria Deus de se preocupar com o homem perdido, incrédulo, ingrato e desobediente? Por que haveria de prover a expiação do pecado desse homem, que lhe deu as costas, preferindo ouvir a voz da antiga serpente, quando todos os meios para sua felicidade estavam à sua disposição?
Somente pela Bíblia, a Palavra de Deus revelada e inspirada, é que podemos obter algumas respostas consistentes. A expiação foi necessária por dois grandes motivos: a santidade de Deus e a pecaminosidade do homem. O pecado do homem, face à santidade divina, provocava a ira de Deus. Alguns conceitos precisam ser identificados para entender-se melhor o significado da expiação.

Diz a Bíblia: “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a vexação não podes contemplar; por que, pois, olhas para os que procedem aleivosamente e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?” (Hc 1.13)
O pecado causou tremenda perturbação à relação do homem com Deus, afrontando sua santidade, de tal modo que a ira de Deus exige sua condenação. A Bíblia diz que “sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9.22). Ou o homem seria morto, derramando seu próprio sangue, ou alguém teria de morrer em seu lugar. No Antigo Testamento, os animais inocentes foram sacrificados aos milhões em lugar do homem pecador. Mas o sangue dos animais apenas “cobriam” (expiavam de forma imperfeita) o pecado do homem: “Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados” (Hb 10.4). “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gl 4.4,5). Jesus, que ofereceu o perfeito sacrifício, trouxe a verdadeira e perfeita expiação para o que nEle crê. Desse modo, só através da expiação, a ira de Deus é aplacada, livrando o pecador da condenação eterna, que é o fim de todos aqueles que não se arrependem de suas transgressões contra a santidade de Deus. Com a expiação, Deus pune o pecado e livra o pecador que aceita o sacrifício de Cristo em seu lugar.

2. O SIGNIFICADO DA EXPIAÇÃO POR MEIO DA MORTE DE CRISTO
O significado da expiação, no Novo Testamento, é idêntico ao do Antigo Testamento. O que a diferencia é o seu alcance, e a natureza daquEle que foi oferecido como holocausto no lugar do pecador. No Antigo Testamento, os cordeiros, os bodes, as vacas, os pombos, e outros animais, eram sacrificados. No Novo Testamento, o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” é o que faz toda a diferença. É Deus, efetuando a redenção, por meio de Cristo.

a) Foi uma Morte Expiatória
O sacrifício efetuado no Novo Pacto é de alcance infinitamente maior e mais profundo que o obtido através da morte de animais, no Antigo Testamento. No Antigo Pacto, o sangue cobria o pecado (cf. Sl 51.9; Is 38.17; Mq 7.19), em o Novo Testamento, através de Cristo, o pecado é quitado. Diz a Bíblia que Jesus: “Agora, na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. [...] assim também Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação” (Hb 9.26,28; grifo meu). “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21). Diz, ainda, Hebreus: “Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados. Como acima diz: Sacrifício, e oferta, e holocaustos, e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (os quais se oferecem segundo a lei). Então, disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez” (Hb 10.4,8-10).

Aí, reside um grande ato do amor de Deus, visando a redenção do homem perdido. Jesus levou sobre si os pecados dos outros, os pecados da raça humana. Com sua natureza humana, Ele sofreu pelo homem, participando da satisfação para com a lei e a justiça divina, que demandam a punição do pecado contra a santidade de Deus. Como homem, mas não contaminado pelo pecado, em sua concepção, ou em qualquer fase de sua vida terrena, Jesus foi o único Ser que teve condições de morrer pelos outros, e não por si. Ele era puro. Foi gerado sem pecado. Ele não tinha a culpa pessoal. Nem herdou pecado original, como as crianças o herdam, através de seus pais. Como foi visto na teoria da substituição, Jesus morreu em nosso lugar. Diz Strong: “Aquele que é pessoalmente puro pode de um modo vicário suportar a pena devida ao pecado de todos”.15

b) Foi uma Morte Propiciatória
Como já foi visto, esta palavra vem de “propiciação”, (do lat. Propitiatio), que tem o significado de tornar propício, tornar-se favorável; também tem o sentido de juntar, reconciliar. “E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (1 Jo 2.2; Hb 2.17). Propiciar, no Novo Testamento, é “aplacar a ira de um Deus santo pela oferenda dum sacrifício expiatório. Cristo é descrito como essa propiciação (cf. Rm 3.25; 1 Jo 2.2; 4.10)”.16 Assim, a morte de Cristo trouxe a possibilidade de o homem perdido chegar perto de Deus; fazendo o Eterno propício, ou favorável ao homem, mediante a expiação dos pecados, de tal forma que o homem tenha a graça e o amor dEle. Pela propiciação, o homem pode chegar-se a Deus. Jesus anulou o poder separador do pecado na vida do que a Ele se converte.
Em Romanos lemos que “a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo”, e a redenção “ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus” (Rm 3.22a,25). Neste último versículo, a palavra propiciação vem do grego, “hilasterion”, que é traduzida em Hebreus 9.5 por “propiciatório”, que significa “coberta”. Na Arca da Aliança, a tampa era chamada de propiciatório (hb. Kapporeth; ver Êx 25.10-22). Na Arca, havia duas partes: a arca propriamente dita, que representava a presença de Deus no meio de seu povo; a segunda parte era o propiciatório (a cobertura). Dentro da arca, estavam as tábuas da lei, que eram a base do julgamento de Deus para os atos de seu povo; sobre a arca, o propiciatório cobria as tábuas da Lei, e era sobre ele que o sangue era aspergido pelo sumo sacerdote, uma vez por ano, por si, e pelo povo. Com isso, o Senhor indicava que era um Deus de justiça, e também um Deus de perdão.

Sendo Cristo nossa “propiciação”, ou nosso “propiciatório”, diante de Deus, é por Ele que temos a expiação dos pecados cometidos contra a lei de Deus (sua Palavra), consubstanciada no Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. O apóstolo Paulo, em Romanos, disse que “sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus” (3.24-26).

Desse modo, quando Deus aceita a expiação por Jesus, ao mesmo tempo, Ele age de acordo com sua justiça e com sua graça. Afirma Pearlman: “Ao tratar do pecado, Ele precisa mostrar sua graça, pois Ele não deseja a morte do pecador; mas ao perdoar o pecado, Ele precisa revelar a sua justiça, pois a própria estabilidade do universo depende da soberania de Deus”.17 Deus não tem prazer na morte do ímpio (Ez 18.23,32; 33.11).

c) Foi uma Morte Substitutiva
Os animais, oferecidos sobre o altar do sacrifício, no Antigo Testamento, eram substitutos do pecador. Jesus Cristo, na cruz, foi o Substituto perfeito para todos os que desejam o perdão de Deus. Viu Isaías: “Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados” (Is 53.5; ver 1 Pe 2.24).

d) Foi uma Morte Redentora
A palavra redimir tem o sentido de resgate; de tornar a comprar algo por um preço. “Assim sendo, o termo tem um sentido duplo: significa tanto o pagamento de um preço como a libertação do cativo”.18 No Antigo Testamento, quando um homem de posses queria redimir alguém que se tornara escravo, era preciso preencher três condições:

1) Tinha que ser um parente do escravo;
2) Deveria estar disposto a pagar o preço da redenção;
3) Deveria ter condições para pagar o preço do escravo (ver Lv 25.47-49).
Nosso Senhor Jesus Cristo teve em si mesmo todas essas condições: Fez-se “nosso parente”, quando “se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 1.14); dispôs-se a pagar o preço de nossa redenção (2 Co 8.9); e foi o único que teve condições de pagar o preço aceito pela justiça de Deus (1 Pe 1.18,19); nós fomos redimidos, resgatados, comprados por Cristo. Somos sua propriedade (1 Co 6.19,20). A redenção de uma alma exige um preço caríssimo, que ninguém pode pagar (Sl 49.7-9). Jesus deu a vida em resgate de muitos (Mt 20.28).

e) Foi uma Morte Reconciliadora
Reconciliar significa reatar uma amizade. Conciliar outra vez. Através do pecado, ante a santidade de Deus, o homem tornou-se seu inimigo. Diz Paulo: “Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). Na condição de pecadores, éramos inimigos de Deus. Mas ao usar sua graça e seu amor (Jo 3.16), Deus proveu a reconciliação por meio de Jesus: “E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação” (2 Co 5.18,19; ver Cl 1.20; Rm 5.10).

É interessante ficar claro que a expiação não significa que Deus estava mal humorado com o homem, e dele se afastou até que Jesus propiciasse a reconciliação. Há quem entenda dessa forma equivocada. Pelo contrário. Foi o pecador que se afastou de Deus, provocando a ira divina. E foi Deus quem tomou a iniciativa de prover uma solução definitiva para a reconciliação do miserável pecador. Por intermédio de Cristo, é Deus quem vem ao encontro do homem, e não o contrário. Deus está pronto para receber qualquer pecador, por intermédio de Cristo, oferecendo-lhe a bênção da reconciliação, pela qual ele tem acesso à vida eterna (cf. Jo 5.24).

Strong reforça a idéia da substituição vicária, ao afirmar o seguinte:
A expiação, então, da parte de Deus, tem sua base: 1) na santidade de Deus, que deve visitar com a condenação o pecado, apesar de que esta condenação traz a morte a seu Filho; e 2) no amor de Deus que providencia o sacrifício, sofrendo no seu Filho e com ele pelos pecados dos homens, mas através desse sofrimento, abrindo o caminho e os meios de salvação.19
A morte de Cristo tem o sentido de reconciliação (gr. apokatallassõ), indicando que não existe mais qualquer impedimento à paz entre o redimido e o Redentor. A redenção, efetuada por Cristo, foi a intervenção de Deus, para a reconciliação do mundo consigo mesmo. Jesus colocou-se como intercessor, para reconciliar o homem com Deus, bem como “todas as coisas”, que na terra e nos céus, foram atingidas pelos efeitos da Queda. Diz Paulo:
E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus. A vós também, que noutro tempo éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora, contudo, vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para, perante ele, vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro (Cl 1.20-23).

Por seu sangue, Jesus fez a paz entre o homem caído, perdido, escravo do pecado, com o seu Criador; “E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação” (2 Co 5.18). “A vós também, que noutro tempo éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora, contudo, vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para, perante ele, vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis” (Cl 1.21,22). Não poderia ser diferente. Jesus afirmou: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). A vinda de Cristo, encarnado, foi a intervenção de Deus no seio da humanidade, visando a sua redenção.

f) Foi uma Morte Triunfante
Normalmente, quando um líder morre, num confronto, diz-se que ele foi derrotado. Com Cristo, aconteceu o contrário. Foi exatamente na sua morte que Ele triunfou contra o Diabo e o pecado. No proto-evangelho, em Gênesis 3.15, Deus decretou que a “semente da mulher” ¾ Jesus ¾ haveria de esmagar a cabeça da “serpente”, que é Satanás. Diz Chafer que
O combate entre Cristo e Satanás, que foi travado na colina do Calvário, envolve questões e poderes pertencentes às esferas mais altas do que a terra e muito além dos limites dos tempos... Não está somente implícito que, nesse conflito, Satanás exerceu o seu poder máximo, mas que o dano impingido sobre o Filho de Deus, igualado ao ferir do seu calcanhar, foi feito por Satanás.20
Mas Cristo foi o grande vencedor daquela batalha cósmica, contemplada em sua dimensão mais ampla pelos seres celestiais.

Os homens que observaram a morte de Cristo não entenderam o seu significado transcendente. Jesus foi o Vitorioso. Diz a Bíblia: “E, quando vós estáveis mortos nos pecados e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz” (Cl 2.13,14). Essa foi sua vitória sobre o pecado. Além de vencer o pecado, Cristo derrotou Satanás e suas hostes, pois despojou “os principados e potestades” e “os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo” (Cl 2.15). Glória ao Nome de Jesus!
IV – O ALCANCE DA EXPIAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO
1. EFEITO RETROATIVO
No Antigo Testamento, os sacrifícios eram imperfeitos. Então, como eles puderam ser salvos, diante de Deus? Eles foram salvos, ou não? Já vimos que o sangue dos animais não tirava o pecado. Apenas os cobria. Responde Myer Pearlman: “Foram salvos por antecipação do futuro Sacrifício realizado. A prova dessa verdade encontra-se em Hebreus 9.15 (vide também Rm 3.25), que ensina que a morte de Cristo era, em certo sentido, retroativa e retrospectiva; isto é, que tinha uma eficácia em relação ao passado”21 (grifos meus). Esse aspecto da expiação, efetuada por Cristo não tem sido bem percebido por muitos que estudam esse tema. Mas é profundamente esclarecedor quanto ao alcance da salvação efetuada por Jesus.
Chafer também entende que os pecadores, entre o tempo de Adão e Cristo, foram salvos pelo sacrifício de Cristo, ao afirmar que Deus não derramou os juízos divinos sobre os pecadores do Antigo Testamento, procrastinando-os, na espera do sacrifício de Cristo. E que
a procrastinação do juízo revela que Deus deixou de lado o pecado, em vista dos sacrifícios [...]. Desta maneira, é visto que a morte de Cristo foi uma consumação justa da antiga ordem, assim como o fundamento da nova. Visto que na antiga ordem Deus havia perdoado pecados com base no sacrifício que ainda era futuro, esse sacrifício, quando realizado, não somente tirou, pelo justo juízo, os pecados que Ele antes havia perdoado, mas mostrou que Deus havia sido justo em procrastinar os seus juízos sobre aqueles pecados. Este é o testemunho de Romanos 3.25, onde, na procrastinação da morte de cristo, está afirmado que: “ao qual Deus propôs como propiciação, pela fé, no seu sangue, para demonstração da sua justiça por ter ele, na sua paciência, deixado de lado os delitos outrora cometidos.22
2. A EXPIAÇÃO NO PRESENTE
A redenção do homem, por Cristo, não foi apenas um ato histórico, que passou a fazer parte de um passado distante. De modo algum. A eficácia do sacrifício de Cristo, ou seja, de seu sangue, derramado na cruz do Calvário, continua a operar na redenção da humanidade. A condição indispensável é que o homem creia; arrependa-se de seus pecados; e aceite Jesus como seu único e suficiente salvador pessoal.

A redenção, efetuada através da morte de Cristo, é para hoje. Diz a Bíblia: “Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como na provocação” (Hb 3.15). E ainda: “Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação” (2 Co 6.2).

Enquanto a “salvação” oferecida por religiões e movimentos não-cristãos é algo que o pecador não vê no horizonte de sua existência, a redenção de Deus — ou a salvação em Cristo — é para o presente, com reflexos sobre o passado, e sobre o futuro, dando plena segurança e convicção da realidade da nova vida em Cristo. Jesus disse: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24; grifos meus). Neste versículo, tem-se a perfeita segurança da redenção de Deus através de Jesus. Se uma pessoa “ouve” (no presente) a palavra, e “crê” (no presente) em Deus, que enviou Jesus, “tem a vida eterna” (no presente); e mais: “não entrará em condenação” (no futuro); mas “passou” (tempo passado) “da morte para a vida”.

3. O ASPECTO FUTURO DA REDENÇÃO
O aspecto futuro da redenção equivale ao quarto aspecto, ou fase da salvação, que é o da “glorificação”. Já vimos que os demais são: regeneração, justificação, e santificação, experimentadas no tempo presente da vida do que é salvo. Mas ainda falta a realização plena da redenção da parte física do ser humano convertido a Cristo. Diz Paulo que “também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23).

a) A Estatura de “Varão Perfeito”
No tempo presente, todo o nosso esforço para apresentar-nos perfeitos diante de Deus é necessário, mas é impossível alcançar a perfeição em sua totalidade na condição humana atual. Diz a Bíblia: “Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.13). A perfeição absoluta abrange quatro etapas: unidade da fé; conhecimento do Filho de Deus; varão perfeito; à medida da estatura completa de Cristo. Impossível alcançar essa perfeição na condição humana, prejudicada e contaminada pelo pecado original.

b) Jesus Garantiu a Redenção do Corpo
Na redenção ou na expiação, Deus assegurou, por intermédio do sacrifício de Cristo, a completa redenção do homem. Porém, há uma parte do homem que ainda aguarda a redenção. Diz Paulo: “E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23). O apóstolo acentua que não somente “ela”, a criação, geme, mas que nós, os salvos, gememos, também, “esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (grifo meu).

Este é um ponto crucial, para o entendimento dos efeitos da redenção sobre nosso ser. Há pessoas que, baseadas em Isaías 53.4, afirmam categórica e precipitadamente, que um salvo não pode adoecer, pois Jesus “tomou” as nossas enfermidades, e levou “nossas dores”, ou doenças. Verbos no passado. Porém, apesar de os verbos “tomar” e “levar” estarem no passado, o texto é profético, e se cumpriu, em parte, com o ministério terreno de Jesus, quando Ele curou muitos enfermos, como na casa da sogra de Pedro (Mt 8.14-17) e em muitos outros episódios de curas, operadas por Jesus.
Dizemos “em parte” porque Paulo diz que “gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23). Isto é, nosso corpo ainda não está plenamente redimido. Isso ocorrerá, de modo pleno, quando os salvos forem ressurretos, ou transformados, na Vinda de Cristo, para buscar a sua Igreja. Mas a redenção plena só pode ser assegurada, se o cristão permanecer em santificação (Hb 12.14; 1 Ts 5.23; 1 Pe 1.15).

A redenção da humanidade decorre da graça, da misericórdia, e do amor de Deus. É incompreensível para adeptos de outras religiões, que Deus tenha sacrificado seu próprio Filho. De fato, a mente humana, limitada e falível, jamais poderá aquilatar o valor da redenção do homem mediante a expiação dos seus muitos pecados. Mas Jesus efetuou a expiação, não “por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção” (Hb 9.12; grifo meu). Quem crê é salvo. Quem não crê é condenado (Mc 16.16).

Notas
1 HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática, p.353.
2 PFEIFFER, Charles F. et al. Diccionario Bíblico Wicliffe, p.1655.
3 ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico, p.128.
4 PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, p.200.
5 GRENZ, Stanley J. & GURETZKI, David. Dicionário de Teologia, p.55,56.
6 BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática, p.374,375.
7 PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, p.186.
8 CPAD. Bíblia de Estudo de Aplicação Pessoal, p.141.
9 CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática, p.128.
10 Ibid., vol. 3, p. 108.
11 PEARLMAN, Myer. p.189.
12 LIMA, Elinaldo Renovato de. Hebreus. Lições Bíblicas. CPAD, Rio de Janeiro, 3º Trimestre de 2001.
13 CPAD. Bíblia de Estudo de Estudo Pentecostal, p.209.
14 Ibid., p. 210.
15 Augustus Hopkins STRONG. Teologia Sistemática, p.440.
16 PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, p.202.
17 Ibid., p. 199.
18 VAN CLEAVE, Nathaniel M. & DUFFIELD, Guy P. Fundamentos da Teologia Pentecostal, p.255.
19 STRONG, Augustus Hopkins. Teologia Sistemática, p.445.
20 CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática, Vol. 3, p.113.
21 PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, p.192.
22 CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática.
Visite o blog do autor: http://www.teologiaegraca.blogspot.com/

SABADO 25-10-2008 BLOGUEIOR

IRMÃO RICARDO
www.irmaoricardo.blogspot.com

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

SEXTA- FEIRA 17 DE OUTUBRO DE 2008

CAMPANHA MINHA ESPERANÇA BRASIL.

NÃO PERCA AVISE E CONVIDE OS IRMÃOS E AMIGOS PARA PARTICIPAR DES GRANDE COLHEITA DE ALMAS ,PARA O REINO DE DEUS (JESUS CONTA COM VOCÊ ).

SERÁ TRANSMITIDA PELA REDE BANDEIRANTES DE TELEVISSÃO.
NOS SEGUINTES DIAS :

QUINTA : AS 21:00 HORAS
SEXTA : AS 21:00 HORAS
SABADO: AS 21:00 HORAS

SEXTA- FEIRA 17 DE OUTUBRO DE 2008


QUEM DENTRE VÓS ACHARÁ UM HOMEM COMO ESTE ?( PERGUNTA FEITA POR FARAÓ, AOS SEUS MINISTRO QUANDO SE REFERIA A JOSÉ)


VAMOS A LUTA POVO DE DEUS; AINDA HÁ ESPERANÇA PARA TODOS, NÃO FIQUEM SÓ CRÍTICANDO, O QUE É PARA VOCÊ FAZER, FAÇA.....

sábado, 11 de outubro de 2008

Lição 02 - O Deus que se comunica com o homem


Leitura Bíblica em ClasseSl 29.1-10Introdução:


I. A comunicação direta
II. Efeitos da Queda
III. Deus comunica-se com o homem
IV. A comunicação pela revelação


Conclusão:
Autor deste comentário: Esdras Costa Bentho. Autor das obras Hermenêutica Fácil e Descomplicada e a Família no Antigo Testamento: história e sociologia, ambos da CPAD.
Título deste subsídio: A Revelação e a Comunicação de Deus aos homens
Palavras-chaves: Revelação; Comunicação divina

Definição da doutrina
A doutrina da Comunicação de Deus aos homens é amplamente confirmada nas páginas das Sagradas Escrituras. Este ensino subordina-se a um outro: o da Revelação de Deus aos homens. A doutrina da Revelação de Deus aos homens trata da manifestação que Deus faz de si e de sua vontade aos homens (Am 3.7).


Necessidade da doutrina
A doutrina da Revelação de Deus aos homens não é apenas necessária como também plausível. Dois fatores tornam essa doutrina indispensável: o implícito e explícito.


a) Implícito: O fator implícito diz respeito ao que Deus é em sua natureza incomunicável, transcendente, infinita, incapaz de ser conhecida pela razão, cognoscibilidade ou aferimentos humanos (Jo 1.18; 1 Tm 6.16). Em diversas perícopes as Sagradas Escrituras afirmam a incapacidade humana em conhecer a Deus em sua plenitude e glória: Ele habita em "luz inacessível" (1 Tm 6.16) e "nunca foi visto por alguém" (Êx 33.20; Jo 1.18).


b) Explícito: O fator explícito refere-se à natureza finita, temporal e vulnerável do homem. O cognoscível não é capaz de apreender o Incognoscível; o finito não compreende o Infinito; o mortal está aquém do Eterno: "Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento" (Is 40.28).


Definição de Revelação
a) Antigo Testamento. O hebraico bíblico possui diversas palavras que correspondem ao termo "revelação" na língua portuguesa. Contudo, o vocábulo gālâ, isto é, "descobri", "revelar", "tirar" é usado em sentido reflexivo com o significado de "desnudar-se" ou "revelar-se", como por exemplo, na revelação de Deus a Jacó (Gn 35.7). A Septuaginta (LXX) traduz o vocábulo na passagem citada por "epephánē", "manifestação", "aparição", ou "revelação" (epifania).


b) Novo Testamento. O grego neotestamentário emprega a palavra "apokalypsis" com o sentido de "revelar" ou "desvendar". Lucas (2.32), por exemplo, a emprega com a conotação de "tirar o véu", "revelar" – "phōs eis apokalypsin". Em seu aspecto geral ou particular, revelação sempre estará atrelada aos conceitos de "manifestar", "tornar claro", "tirar o véu", "dar a conhecer" (Rm 16.25).


Por conseguinte, a doutrina da revelação de Deus nas Escrituras descreve a comunicação, revelação e manifestação sobrenaturais de Deus ao homem, revelando sua mensagem, propósitos e decretos.


Revelação e Teofanias
Teofania é um termo grego composto pelo substantivo "theós" e pelo verbo "phaneróō" que significa "revelar", "mostrar" ou "fazer conhecido". Teofania é o modo múltiplo, variegado, misterioso com que Deus se revela ou se manifesta ao homem. As teofanias são desdobramentos da revelação de Deus, de sua natureza, caráter e atributos de modo compreensível ao homem. As teofanias são: a) visíveis (Gn 16.11,13; Êx 3.2-6; 19.18-20; Dn 7.9-14, etc), ou
b) audíveis (Gn 3.8; 1 Rs 19.12,13; Mt 3.17, etc).


Através dessas passagens percebemos que as teofanias, como veículos da revelação de Deus, podem ser:
a) humana (Gn 18.1,2,13,14),
b) angélica (Jz 2.1; 6.11,14), e
c) não humana (Gn 15.17; Êx 19.18-20). Algumas dessas manifestações são, de acordo com muitos biblicistas, "cristofanias" (Jo 12.40,41).


Nas teofanias sempre é Deus quem toma a iniciativa de se auto-revelar. Essas manifestações são parciais, temporárias e não descrevem a completude da natureza divina. A única revelação permanente e completa do Pai foi realizada na Encarnação do Filho que, embora distinto do Pai, participa da mesma divindade (Jo 1.1,14-18).


Revelação Passiva e Ativa
A revelação de Deus deve ser entendida como o instrumento de imediata comunicação de Deus ao homem. Na revelação, Deus auxilia os homens a compreenderem Sua natureza e propósitos (Dt 4.29; Jr 33.3). As Escrituras demonstram vários níveis dessa comunicação, seja particular seja coletiva (Gn 2.16; 3.8,9; Gn 12.1; 15.1; 18.16; Êx 3.4; 19.3,9; 1 Sm 3.1; Is 6.1). Isto posto, a revelação proveniente e determinada por Deus é uma comunicação pessoal. O alvo final da revelação divina é que o homem venha conhecer a Deus de modo real e pessoal. Essa revelação manifesta-se bilateralmente:


Revelação ativa: É a revelação direta de Deus, enquanto Se dá a conhecer aos homens (Êx 3.1-6).
Revelação passiva: É o conhecimento de Deus que é passado de geração a geração (Dt 4.10).
A revelação passiva é o conhecimento de Deus que é comunicado aos homens através de um interlocutor, enquanto a ativa é a revelação direta de Deus ao homem, sem qualquer intermediário. Na passiva, Deus não se revela diretamente ao homem como o fez com Moisés, mas usa um intermediário (profeta, sacerdote, anjos, etc) para comunicar à sua mensagem aos seus servos.


No âmbito da revelação passiva é que encontramos a Revelação Geral de Deus (Gn 1; Sl 119; 148; Rm 1.20-23). Revelação Geral é o termo teológico que descreve uma forma de "teologia natural" (Sl 8; 19.1). Essa revelação acha-se impressa na criação. Apesar de não ser uma revelação pontifícia, como a Revelação Especial – o Logos Encarnado (Logos Theou) – e a Epistemológica (Rhema Theou), contudo, possui predicativos suficientes para que o homem conheça a Deus e o adore, bem como servirá de base para o julgamento dos ímpios (Rm 1.21-32; 2.1-8).


A Revelação Geral ocorre de duas formas distintas: uma revelação externa na criação, a qual proclama o poder, a sabedoria e a bondade de Deus e; a revelação interna da razão e da consciência em cada indivíduo (Rm 12.16; Jo 1.9).


A teologia cristã reconhece tanto a Revelação Geral quanto a Especial, como dois modos progressivos da auto-revelação de Deus. Porém, o ápice da revelação divina ocorre através do Verbo Vivo e da Palavra Escrita (Jo 1.1,14-18; 14.8,9; Hb 1.1-3). Estas revelações são os desvendamentos que Deus faz de si mesmo aos homens de modo imediato e sobrenatural. O Logos Encarnado revelou o Pai. A Palavra escrita registrou essa revelação e o seu progresso (Hb 1.1-3; 2 Pe 1.10,21; Gl 1.12). O propósito da revelação de Deus é que o ser humano o conheça, ame-o e o adore (Is 43.7; Sl 22.22; 149.6).

sábado, 4 de outubro de 2008

Lição 01 - O Deus da Bíblia


Leitura Bíblica em ClasseSl 136.1-9,26. Introdução:

I. A existência de Deus
II. A limitação humana diante de Deus
III. A diferença entre o Deus da Bíblia e os falsos deuses
IV. Deuses que não são da Bíblia
Conclusão:

Autor deste comentário: Esdras Costa Bentho. Autor das obras Hermenêutica Fácil e Descomplicada e a Família no Antigo Testamento: história e sociologia, ambos da CPAD.

Título deste subsídio: A Existência de Deus
Palavras-chaves: Existência de Deus; Teísmo; Ateísmo; Agnosticismo; Linguagem Teológica

Introdução
As Sagradas Escrituras não se preocupam em provar a existência de Deus. Sua existência é fato estabelecido. Esta é a razão pela qual a Bíblia não oferece ao homem moderno qualquer prova racional quanto à existência de Deus. “No princípio criou Deus” (Gn 1.1), é o prólogo insofismável das Escrituras. Deus existe antes de tudo e de todos! Nesta simples e contundente afirmação a Bíblia nega:

a) o ateísmo: para o qual Deus não existe;
b) o politeísmo: para o qual existem muitos deuses;
c) o evolucionismo: para o qual a matéria evoluiu "continuamente";
d) o fatalismo: para o qual a vida surgiu do acaso, sem qualquer propósito;
e) o agnosticismo: para o qual Deus não pode ser conhecido.
A segunda parte da proposição sagrada não deixa de ser menos apologética: "... criou Deus os céus e a terra". Nesta verossímil afirmação a Escritura nega:
a) o panteísmo: que confunde Deus com a criação;
b) o materialismo: que afirmar a eternidade da matéria.
[1]
A primeira declaração da Escritura acerca de 'Ĕlōhîm (O Criador, o Forte e Poderoso Senhor) é um testemunho irrefutável de sua existência soberana. O Senhor é 'Ĕl hashshāmāyin, isto é, o "Deus dos céus" (Sl 136.26), incapaz, portanto, de ser confundido com a criatura, ou como afirma o nome 'Ĕl 'ēchād, literalmente "o Único Deus" (Ml 2.10), impossível de ser confundido com outros deuses. Por conseguinte, a Sagrada Escritura só reconhece o Único e Soberano Deus de Israel.

Teorias que Negam a Existência de Deus

1. Ateísmo
O vocábulo ateu é formado pelo prefixo grego de negação a (“não”, “provação”, “negação”) e pelo substantivo theos, isto é, “deus” ou “Deus”. Literalmente, atheos significa “sem Deus”. A palavra “ateísmo”, no entanto, é formada pelos dois termos anteriores e o sufixo “ismo” que denota “doutrina”, “sistema”, ou “ensino”. O ateu é aquele que não crê em Deus, enquanto o ateísmo designa a filosofia ou os ensinos dos ateus. Ateísta é aquele que nega a existência de Deus e acredita que existam provas contra a existência do Divino.

O ateísta procura explicar todas as coisas a partir da matéria, do natural e visível. Nas Escrituras o ateísmo professo é considerado mais um problema moral do que filosófico ou existencial. O néscio (hb. nābāl)[2] que nega a Deus (Sl 14.1), não o faz por motivos filosóficos, mas pela suposição prática de que pode viver sem Ele (Sl 10.4). As Escrituras também reconhecem a possibilidade de “suprimir” de modo deliberado e, portanto, culpável, o conhecimento de Deus (Rm 1.18).

Segundo o contexto neotestamentário o ateísta não é apenas aquele que não crê na existência de Deus, mas pode ser também um teísta que não conhece o verdadeiro Deus: “Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores), todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele” (1 Co 8.5,6).
Em Efésios 2.12 lemos: “naquele tempo, estáveis sem Cristo [khōris Christou], separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus [ắtheoi] no mundo”. (grifo nosso). O termo grego ắtheoi, neste contexto, tem o sentido de “não pertencente a Deus”, “sem Deus”, em vez do significado corrente de negar racionalmente a existência de Deus, como o fazem os filósofos ateus. Esse ateísmo é mais prático e moral do que existencial e filosófico. Observe que ắtheoi em Efésios, não pretende afirmar que a pessoa não crê em alguma divindade, mas que ignora a existência do Deus de Israel. É assim que devemos entender o advérbio de negação khōris, traduzido em diversas passagens por “separadamente”; “à parte de alguém”; “longe de alguém”. Literalmente a expressão khōris Christou, quer dizer “longe de Cristo”, “afastado de Cristo” e não antichristo, isto é, “contrário ou oposto a Cristo”.

2. Politeísmo
A expressão paulina em 1 Co 8.5 theoi polloi, isto é, “muitos deuses”, formam a palavra “politeísmo”. O politeísmo como sistema filosófico-religioso acredita que existem diversas divindades. Segundo Geisler o politeísmo "é a cosmovisão que afirma a existência de muitos deuses finitos no mundo". [3] Para o politeísta há o "deus da água, do fogo, da guerra" e assim por diante. O politeísmo, como anteriormente afirmamos, é uma forma de ateísmo, segundo o contexto do Novo Testamento. O politeísmo está engajado contra o monoteísmo cristão.

3. Agnosticismo
O termo agnosticismo é formado pelo "a" privativo ("não" – negação) e pelo substantivo "gnōsis" [4], isto é, "conhecimento"; literalmente "não-conhecimento". Agnosticismo é a filosofia religiosa que afirma a impossibilidade de se conhecer a Deus. Segundo o agnóstico não é possível saber se Deus existe ou não. O agnóstico critica o ateu e o teísta pelas pressuposições que assumem: a convicção de que Deus não existe e a certeza de que Deus existe. Por extensão, designa aquele que acredita que não existam provas suficientes para provar ou negar a existência de Deus. Teologicamente, o agnosticismo afirma que é impossível ao homem obter conhecimento a respeito de Deus. Não se pode provar ou refutar Sua existência. O agnosticismo é um sistema que contradiz a si mesmo, pois se não é possível saber com absoluta certeza, como eles mesmos estão certos de que não é possível negar ou confirmar a existência de Deus? Quando o vocábulo foi criado em 1869 por T.H. Huxley (1869) era usado para designar o ceticismo religioso.

4. Panteísmo
A palavra “panteísmo” procede do prefixo “pan”, "muito", "tudo", e do substantivo “theos”, literalmente significa “tudo é Deus”. Esta expressão refere-se aos sistemas religiosos que identificam Deus com o mundo. Para o panteísta tudo é Deus. O panteísmo confunde Deus com a natureza, o Criador com a criação: árvores, pedras, terra, água, todos são partes, segundo afirmam, de Deus (Rm 1.23). Deus e a criação são apenas um – indivisível, indissociável, imanente. O panteísmo também defende a imanência radical de Deus, pois crê que Deus está e é tudo. Como já observamos anteriormente, a Bíblia não confunde o Criador com a criatura, muito menos ensina a natureza como emanação divina. Deus, embora ativo na história, está separado das coisas criadas e controla toda a criação. Ele não é idêntico às criaturas, em menor ou maior grau. O panteísmo também nega o caráter pessoal de Deus ao identificá-lo com o mundo material.

5. Materialismo
O materialismo declara que a única realidade é a matéria, o tangível, as coisas concretas, não espirituais. Não crê na existência de Deus porque não O vê. Todas as coisas se explicam naturalmente e através dos agentes físicos e materiais. O materialismo, freqüentemente, tem sido colocado em oposição à vida, à mente, à alma ou ao espírito. Uma preocupação com a matéria tem significado, tradicionalmente, uma preocupação com os prazeres mundanos e os confortos físicos em contraste com o bem religioso e espiritual.

Afinal, Quem é Deus?
Todas e quaisquer definições intelectuais acerca de Deus se confinam à limitação humana: “Porventura, alcançarás os caminhos de Deus ou chegarás à perfeição do Todo-Poderoso” (Jó 11.7). Definir, em última análise, significa limitar. Envolve a inclusão do ser ou objeto definido dentro de uma determinada classe. Deus não pode ser satisfatoriamente definido. Ele é muito mais do que as palavras significam. O Eterno não está confinado aos sentidos da limitada linguagem humana. Hegel chamava de "consciência infeliz", o fato de o finito, o homem, tentar definir o Infinito, Deus. Temos neste ponto o desafio e confronto da linguagem apofática e catafática na teologia. A linguagem do Mistério e do revelado, do cognoscível e Incognoscível, do Transcendente e do imanente, o Deus dos filósofos e o Deus de Abraão. Como afirma a Bíblia a respeito de Deus, hā'ēl haggādôl wehannōrâ – "Deus, grande e terrível" (Ne 1.5; 4.14; 9.32; Dt 7.9). Quem é suficientemente sábio para compreender a sublimidade dessas palavras? Porém, a Bíblia declara a existência de Deus e revela seu caráter e natureza com bases racionais suficientes para se estabelecer um conceito coerente a respeito dEle, de seus atributos e natureza. Ninguém pode definir a Deus satisfatoriamente à parte daquilo que as Escrituras afirmam acerca de Deus. Lembremos, com muita humildade e devoção, que Deus não pode ser definido em sua natureza transcendente, pois Ele é o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último. Ele é O Eterno (Jo 1.18).

Notas
[1] Ver BAXTER, J.Sidlow. Examinai as Escrituras. São Paulo: Vida Nova, 1992, p.36.
[2] No hebraico "ser insensato", "tolo". O termo é usado para indicar a repugnância ou desprezo do hagiógrafo pelas pessoas que zombam da rocha de sua salvação (Dt 32.15) ou trata o pai com desdém (Mq 7.6). Deus torna o recalcitrante desprezível (Na 3.6). O termo enfatiza que a pessoa tem comportamento vil e vergonhoso. Moisés censurou sua geração, chamando-a de ‘am nābāl, “povo louco” (Dt32.6).Cf. R. Laird HARRIS (et al), Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento,1998,p.909-910.

[3] GEISLER, Norman. Enciclopédia de apologética. São Paulo: Vida, 2001, p. 707.
[4] No grego, conhecimento nos textos de Lc 1.77; 11.52; Rm 11.33; 1 Co 8.7,7,11. Com o genitivo significa o conhecimento pessoal de alguém (Fp 3.8).

Quem sou eu