segunda-feira, 28 de setembro de 2009

SEGUNDA 28.09.09 boca no trombone


Iremos hoje tratar de um assunto de muito interesse, tanto para a Igreja de Jesus, como para todos os grupos humanos.


Este artigo trata do conceito psicológico de personalidade. Para outro conceito de fundo religioso, ver Personalidade (Shmuelin)

Personalidade é o conjunto de características psicológicas que determinam a individualidade pessoal e social de alguém. A formação da personalidade é processo gradual, complexo e único a cada indivíduo.

Índice

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[editar] Definição

O termo deriva do latim persona, com significado de máscara, designava a "personagem" representada pelos atores teatrais no palco[carece de fontes?]. Assim pode-se definir também personalidade por um conceito dinâmico que descreve o crescimento e o desenvolvimento de todo sistema psicológico de um indivíduo, outra definição seria: a organização dinâmica interna daqueles sistemas psicológicos do indivíduo que determinam o seu ajuste individual ao ambiente. Mais claramente, pode-se dizer que é a soma total de como o indivíduo interage e reage em relação aos demais. A seguinte definição leva essas características em conta: "Personalidade é uma organização interna e dinâmica dos sistemas psicofísicos que criam os padrões de comportar-se, de pensar e de sentir característicos de uma pessoa"[1] Esta definição de trabalho salienta que personalidade:

  • é uma organização e não uma aglomerado de partes solta;
  • é dinâmica e não algo pronto;
  • é um conceito psicológico mas intimamente relacionado com o corpo e seus processos;
  • é uma força ativa que ajuda a determinar o relacionamento da pessoa com o mundo que a cerca;
  • mostra-se em padrões, isto é, através de características recorrentes e consistentes
  • expressa-se de diferentes maneiras - comportamento, pensamento e emoções[2].

[editar] Temas ligados à personalidade

[editar] Forma física e personalidade

A relação entre forma física e personalidade estimula a imaginação de filósofos e pensadores desde a antiguidade. Kretschemr propôs nos anos 20 do século XX uma classificação dos tipos físicos que, supunha ele, estavam relacionados com diferentes transtornos mentais, posteriormente com diferentes temperamentos. Ele classifica três tipo físicos (Asendorf, 2004; Dalgalarrondo, 2000):

  1. Tipo longilíneo ou leptossômico, de corpos delgados, ombros estreitos, peito aplainado, rosto alargado e estreito, membros longos e delgados. Teria uma maior tendência para a esquizofrenia e um temperamento mais sensível;
  1. Tipo atlético ou muscular, de sistema ósseo e muscular desenvolvidos, ombros largos, cadeiras estreitas e pescoço grosso. Teria tendência para a epilepsia e um temperamento intermediário entre os outros dois;
  1. Tipo brevelíneo ou pícnico, de rosto arredondado, abdome saliente, membros curtos. Tenderia à ciclotimia e a um temperamento mais tranquilo.

A relação correlativa entre essas características foi inicialmente empiricamente comprovada. Análises posteriores mais exatas, que levavam em conta outras variáveis - como a idade - e usavam métodos mais objetivos, acabaram por derrubar a teoria de Kretschmer (Asendorpf, 2004).

No entanto a possibilidade de haver uma real relação entre forma física e características psicológicas não é improvável, mas não de maneira direta, como pensava Kretschmer. A forma física pode, (1) através de um processo de autopercepção, ser considerada positiva ou negativa e, assim, influenciar a autoestima, influenciando assim os traços de comportamento; pode ainda (2) influenciada pela percepção que a pessoa tem de si, influenciar os motivos e interesses da pessoa, influenciando assim também as tendências de comportamento da pessoa. No entanto não apenas a autopercepção pode influenciar a autoestima e os interesses de alguém; o juízo de outras pessoas e a reação destas desempenham também um importante papel nesse processo, de forma que as características de comportamento estáveis (assim a personalidade) são influenciadas indiretamente e de quatro maneiras diferentes pela forma física (Asendorpf, 2004).


[editar] Distúrbios

A personalidade pode ter certos distúrbios que se caracterizam fundamentalmente por vários sintomas que podem ser detectados em conjunto ou individualmente.

Alguns exemplos de alguns sintomas de distúrbios / transtornos da personalidade:

  • falta de socialização;
  • emocionalmente frio;
  • deformidade de caráter; o indivíduo não observa as suas obrigações em relação a outros, a grupos, a convenções sociais;
  • intolerância a frustrações;
  • imediatista, incapacidade de esperar;
  • agressividade;
  • impulsividade;
  • tendências compulsivas;
  • egoísmo;
  • dramatismo;
  • busca constante por atenção e elogios;
  • vaidade; preocupação excessiva com a aparência;
  • exageros e sensibilidade emocional;
  • manipulações;
  • inconstância e baixa persistência;
  • falta de autocensura;
  • superioridade excessiva;
  • incapacidade de aprender com base em seus próprios erros;
  • desconfiança em excesso para com os outros;
  • ciúmes doentio;
  • irresponsabilidade;
  • discórdia intrafamiliar e relacionamentos caóticos;
  • instabilidade de humor, de auto-estima, relações interpessoais, comportamentos, metas, objetivos, gostos e opiniões;
  • raiva constante;
  • pensamento extremo (cisão, separação de pessoas por ótimas ou péssimas)
  • freqüentes atos impulsivos e autolesivos;
  • ira descontrolada;
  • medo de estar só; medo excessivo de ser abandonado, rejeitado;
  • sensação de tédio e ameaça de suicídio, entre outros tantos sistematizados.

[editar] Máscara

Todas as pessoas têm sua personalidade, ela é delimitadora de sua relação com seus iguais e a máscara que todos usam, nas suas relações interpessoais.

A humanidade, muitas vezes, pode ser enxergada como protagonista de uma peça de teatro onde cada um desempenha um papel imposto pelo grupo. À semelhança do teatro, quanto mais perfeito é o desempenho do indivíduo, mais aplauso receberá da platéia, esta, basicamente, formada pelos elementos circundantes.

Pode-se definir que o aplauso é o alimento do ego e, em busca daquele, os indivíduos permitem-se a pequenas variações em seus papéis decorrentes daquilo que julgam adequado para agradar aos espectadores.

Quando o personagem não é compreendido pelo grupo circundante procedendo no exagero nas variações das máscaras utilizadas para o seu aperfeiçoamento, ou o medo em usá-las para realizar o seu papel na sua plenitude, pode levar a desajustes que são denominados modernamente de neurose.

O temor de não ser aprovado pela sociedade leva a uma rigidez na mudança das máscaras, ou seja, o temor da vaia cria o sentimento de timidez. Em contrapartida, a carência de aplausos leva o indivíduo à busca desenfreada de destaque especial ao papel perante a platéia.

As máscaras, na verdade são defesas, cuja finalidade principal, é proteger o indivíduo do meio circundante. Na psicologia social e na sociologia, a individualidade (e suas máscaras) perde parte de sua importância quando se trata da análise da ação do grupo como um todo. A somatória das máscaras individuais, gera uma defesa grupal, onde não se reconhece o ser isolado e sim, a reação do grupo.


[editar] Influência dos pais

Desde os primeiros estudos de Sigmund Freud, e até antes deles os pais são tidos como os agentes mais importantes na criação de uma pessoa. São os primeiros a conter o que há de animal em nós, nos ensinando a controlar desejos em nome de regras morais, castigos e conveções da civilização. Com essas premissa, Freud foi, ao lado de Darwin, um dos grandes pensadores do século 19 a abalar a idéia de Deus, mostrando que as noções de pecado e culpa são transmitidas pelos pais e podem ser a causa de varios dos nossos problemas. Do conflito entre os nossos desejos e culpas sairiam traços de personalidade (como a timidez e a vergonha), recalques inconscientes e fraquezas que nos acompanham vida afora. Freud vai mais longe: para ele, o jeito com que meninos e meninas lidam com a figura do pai e da mãe é essencial para definir a sexualidade da pessoa.

Mas as idéias do autríaco fomentaram tantas generalizações grosseiras e técnicas furadas de educação que hoje, fora dos círculos de psicanalistas, estão cada vez mais desacreditadas e o pai da psicanálise é considerado mais um filósofo que propriamente um cientísta. O que não quer dizer que ele deva ser descartado.

Até o ponto que a genética permite, um bebê recém-nascido é como um molde de argila flexível. O que ele aprende, ver, ouvi, sentir será armazenado no cérebro e irá compor a maneira como agirá no futuro. Ao nascer, vai demorar meses até conceber idéias básicas, como a de ser distinto das coisas ao redor. Aos poucos, porem, vai se dar conta de que consegue mover algumas dessas coisas e que outros seres fazem o mesmo. Assim a partir do outro, o bebê começa a ter noção de eu, de que é um indivíduo.

Conforme interage com os adultos, a criança se molda ao mundo em que nasceu. Se os adultos ao redor forem lobos ou cavalos, passará a vida toda uivando ou relinchando e bebendo água com a língua, como aconteceu com Victor de Aveyron, ou as garotas indianas Amala e Kamala.

E os "outros " mais importantes dos primeiros anos são os pais. Com eles exercitamos uma das nossas grandes capacidades inatas: a de imitar. Os pais servem de referência para estabelecermos padrões de sentimentos e atitudes.

Prova disso é um estudo citado no livro Freaknomics, de Steven Levitt e Stephen Dubnere, realizado no ano de 1991 com 20 mil crianças americanas até a 5ª série. O estudo tentou relacionar o desenvolvimento escolar das crianças com o perfil dos pais e a convivência de todos em casa. Descobriu que as boas notas não estão relacionadas àquilo que os pais fazem, mas ao que eles são: se têm o hábito de ler para si próprios, se têm livros em casa e se são bem instruídos.

  1. "Personality is a dynamic organization, inside the person, of psychophysical systems that create the person's characteristic patterns of behavior, thoughts and feelings". Carver & Scheier (2000), p.5
  2. Carver & Scheier (2000)

[editar] Bibliografia

  • Asendorpf, Jens B. (2004). Psychologie der Persönlichkeit. Berlin: Springer. ISBN 3 540 66230 8
  • Carver, Charles S. & Scheier, Michael F. (2000). Perspectives on personality. Boston: Allyn and Bacon. ISBN 0 2055 2262 9
  • Dalgalarrondo, Paulo (2000). Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes médicas. ISBN 85-7307-595-3


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