sexta-feira, 8 de maio de 2009

SEXTA 08-05-2009 Lição 06 - Demandas Judiciais entre os irmãos


Leitura Bíblica em Classe
1 Coríntios 6.1-9

Introdução:

I. Falta de Comunhão Fraterna na Igreja Coríntia

II. Uma Igreja que desconhecia sua Importância

III. Ensinos Finais sobre Litígios e Inimizades



Conclusão:

Palavras-chave:
Litígio. Demandas. Justiça
Título deste subsídio: Quando o Mau Exemplo vem de Dentro
Autor: César Moisés Carvalho

Quando o mau exemplo vem de dentro

INTRODUÇÃO

Em meio a toda a discussão da igreja coríntia, Paulo ainda os repreende por levar os irmãos perante os homens para resolver questões particulares. É incrível como aquela igreja apresentava tantos problemas. Ao ler os primeiros versículos da epístola (1 Co 1.1-9), é impossível deduzir tudo que será dito depois. A maior lição que podemos extrair desta igreja, é que somente a graça, a bondade e misericórdia de Deus podem capacitar Paulo, diante de tantas falhas, a chamá-los de “igreja de Deus” e “santificados em Cristo Jesus, chamados santos” (v. 2). Certamente é assim que os homens de Deus também se dirigem às igrejas atuais.

Os problemas da igreja coríntia e as lições que podemos extrair

Parece que não havia em Corinto limite algum para a existência de problemas. Se isso é tão frustrante para um líder no momento, produz futuramente uma base de experiência com as coisas de Deus que ele jamais conseguiria em nenhum seminário, instituto ou faculdade teológica. Paulo agora vai lidar com problemas de outra ordem e natureza. Crentes que demonstram não saber exatamente nada de tolerância, que dirá de amor cristão. Crentes que, por motivos estritamente pessoais — leia-se, egoístas — e fúteis, estavam levando seu irmão aos tribunais, onde ímpios legislavam. Isto estava trazendo uma agudização à desarmonia que já havia se instaurado em Corinto.

A verdadeira espiritualidade é expressa através de pequenos atos que demonstram nossa fé, compromisso, amor e verdadeira identificação com Jesus Cristo. Infelizmente, não era isso que estava ocorrendo entre os coríntios. Se você fosse a uma das reuniões daquela igreja (excetuando a da Ceia), com certeza gostaria do “movimento pentecostal” que lá havia. Entretanto, a espiritualidade ali retratada desfazia-se no primeiro obstáculo que o crente precisasse enfrentar. Isso é um sintoma de que não havia em Corinto, uma verdadeira espiritualidade.

Quantos crentes, assim como os coríntios, buscam uma igreja perfeita? Será que já se esqueceram que, deste lado do céu, nunca haverá pessoas perfeitas, sem defeitos e que só façam as coisas de maneira correta? Quando Paulo fala sobre “suportar” uns aos outros (Ef 4.2), é exatamente por causa disso. A diversidade de temperamentos, de personalidades e gênios, traz conflitos a qualquer repartição onde mais de uma pessoa tenha de conviver. Na igreja não é diferente. Por isso, é preciso exercitar a recomendação bíblica da referência acima citada.

A evocação da escatologia para exemplificar a importância da igreja coríntia

Após chamar a atenção dos coríntios no versículo primeiro do capítulo seis da primeira epístola, o apóstolo Paulo chama a sua atenção, para a realidade que os aguardam no final dos tempos: a participação da igreja em diversos julgamentos (vv. 2,3). Diante da importância desses acontecimentos e com tal incumbência, problemas de origem banal deveriam ser resolvidos, se acaso houvesse maturidade para tal, no máximo, entre as famílias envolvidas.

O mero fato de uma disputa interna ir parar em um tribunal público evidenciava a falta de pessoas capazes na igreja

Pelo texto bíblico não fica claro o teor específico dos problemas que surgiram entre os membros da igreja da famosa Corinto. Entretanto, pelas palavras de Paulo, onde ele pergunta “denunciando” (sem rodeios, pois afirma que é para “envergonhá-los”): “Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos?” (v. 5) — depreende-se que sejam, de fato, questiúnculas, quimeras. A inquirição paulina é oportuna e arguta, pois basta lembrar que a busca pela sabedoria é uma das grandes “virtudes” dos coríntios (1 Co 1.17-31). Onde estava então a sabedoria? Paulo pergunta, acentuando, “Não há, pois, entre vós sábios?” Sábios que se ufanam por tentar resolver o problema do mal, não conseguem equacionar uma questão de direito privado? É risível.

Existem referências bíblicas sobre este assunto, referindo-se aos Doze (Mt 19.28), mas não ocorre nenhuma alusão específica a julgamento do mundo por parte da Igreja. Alguns estudiosos costumam dizer que “julgar” aqui, deve ser tomado no sentido do original hebraico “governar”. Entretanto, todo o contexto sugere questões referentes a processos legais. Quando Paulo menciona os anjos, é importante lembrar que, na hierarquia dos seres criados, os anjos são a classe mais elevada de criaturas. Logo, se os santos vão julgar seres tão importantes, será que não são capazes de resolver pequenas demandas internas (2 Pe 2.4; Jd 6)? A idéia é mais uma forma de reforço da mensagem (cf. 1 Co 4.15).

A postura cristã em relação à justiça terrenal

Esta postura, na realidade, é própria dos que confiam muito mais na justiça dos homens do que na de Deus. Pessoas que valorizam muito mais a vida terrena que a celestial. Na realidade, quem assim procede, mostra que não possui nenhum tipo de amor ou consideração ao seu irmão. É egoísmo puro. Nem precisa dizer que isto é sintomático, ou seja, evidência de que existem outros fatores envolvidos na questão. Um deles, sem dúvida, foi mencionado pelo apóstolo Paulo quando disse: “Vigiai justamente e não pequeis; porque alguns ainda não têm o conhecimento de Deus; digo-o para vergonha vossa” (1 Co 15.34). É a causa de muitos problemas existentes nas igrejas da atualidade: falta de conversão.

Obviamente que sim. Existem casos em que o cristão deverá procurar a justiça terrena. Até porque ela foi deixada para isso (Rm 13.1-7). Mas não deve se tornar uma constante, nem o motivo maior da esperança de que a justiça será feita. Aliás, os exemplos colhidos das instituições públicas nos últimos anos, sobretudo no Brasil, não são nada animadores.

Alguém que nasceu de novo não deve envergonhar a Obra de Deus levando o seu irmão (mesmo que este seja alguém de testemunho reprovável) às barras do tribunal (1 Co 6.1). A recomendação paulina é que devemos sofrer o prejuízo (1 Co 6.7). Nesta questão, a “espiritualidade” dos coríntios — se fosse realmente verdadeira — deveria levá-los a refletir o amor mútuo, e não a vingança. Paulo explica que, ele mesmo, para demonstrar o quanto o amor deve alcançar, privou-se do direito apostólico de ter apoio financeiro para pregar entre os coríntios (1 Co 9.1-14; 2 Co 11.9).

Devido à importância dos cristãos (que vão até mesmo “julgar os anjos”), espera-se que, acaso não puderem chegar a um acordo, sejam capazes de sofrer o prejuízo pelo amor de Cristo. Os que verdadeiramente conhecem a Deus e são conhecidos por Ele empregam sua liberdade e seu conhecimento para edificar os outros na fé, mesmo quando isso significa negar os próprios direitos legítimos como fiel (1 Co 8.1-3; 13). Esse é “o amor” que “edifica”, em vez de só conhecimento que meramente “incha” (1 Co 8.1).

César Moisés Carvalho é Redator das Lições Bíblicas de Jovens e Adultos da CPAD e autor dos livros Marketing para a Escola Dominical (Ganhador do Prêmio Areté/2007 na categoria Educação Cristã) e O Mundo de Rebeca. Acesse o blog do autor http://marketingparaescoladominical.blogspot.com

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