|  Os alunos da Universidade de Pernambuco (UPE) já podem comemorar o fim de uma luta de mais de 18 anos. Nesta segunda-feira (14/12), 17 anos após apresentar na Assembleia Legislativa o Projeto de Lei 364/92 que pedia a isenção do pagamento de mensalidades para os alunos da UPE, o governador Eduardo Campos mostrou coerência à proposta e decretou a gratuidade para todos os alunos de graduação da Universidade.
“Esse ato pode não ter placa de inauguração, não é uma obra de pedra e cal, mas embala os futuros sonhos da comunidade da UPE e dos estudantes. Esse ato também nos ensina a sonhar, a não parar de querer mais melhorias. Esta é uma conquista de todos nós”, disse Eduardo, durante a solenidade de assinatura do decreto, realizada no auditório da FCAP (Faculdade de Ciências da Administração), que reuniu estudantes, professores e algumas autoridades.
Com a medida, o Governo passa a investir mais R$ 10 milhões a cada ano. O benefício passa a valer a partir do ano que vem e vai atingir cerca de 7.500 estudantes que atualmente pagam entre R$ 26,30 e R$ 109 em um dos 24 cursos oferecidos. Outros 6.500 já estudam na UPE sem pagar nada por conta de bolsas oferecidas aos alunos oriundos de escolas públicas.
Para Eduardo, esta é mais uma prova da valorização da UPE que democratiza o acesso dos estudantes menos favorecidos e que livra Pernambuco de ser o único Estado brasileiro onde a universidade estadual cobra mensalidades. “Que bom dizer que a política fez com que o governador viesse à Universidade para enterrar os carnês de pagamento de mensalidades e taxas”, falou, lembrando da abertura de novos campi pelo interior e a ampliação em 53% dos aportes financeiros feitos pelo Estado na instituição, entre outras melhorias em uma das oportunidades.
OPINIÕES – Reitor da UPE, Carlos Calado agradeceu ao governador pelo gesto. “O que faltou antes foi decisão e vontade política. Nós, nesse momento, vencemos uma fase da luta”, disse. “Hoje, concedendo a gratuidade, o governador entra para história daqueles grandes estadistas que atenderam a pleitos importantes dos estudantes. Essa é uma pauta antiga, e ele foi o único que teve coragem de peitar e assumir essa responsabilidade”, elogiou Virgínia Barros, presidente da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP).
Estudante de enfermagem, Danielle Arruda, também aprovou a decisão do Governo. “Essa atitude vai fazer toda a diferença. Eu, por exemplo, pago 74 reais, pode parecer pouco, mas faz toda a diferença para muita gente. Uma vez aqui dentro, o desafio de se manter na universidade é muito grande. Os custos de um curso superior são altos, e não se resume apenas às mensalidades: é transporte, alimentação, xérox... E para ser uma universidade estadual, eu acho que o estado é que tem que manter, não os estudantes”, afirmou.
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